Peças feitas com fibra de cânhamo propõem a sustentabilidade que a moda busca, mas a regulamentação do país impede que o material seja amplamente utilizado.
Algodão é a principal matéria-prima para a produção das roupas que vestimos. No entanto, outras fontes podem oferecer benefícios diversos para a indústria têxtil: o cânhamo é um exemplo disso.
Cânhamo é uma planta de Cannabis, cultivada por suas sementes, fibras e caule. Sua diferença em relação à maconha está nas finalidades de uso e na quantidade de tetrahidrocanabinol (THC), responsável pelas propriedades psicoativas da erva.
O tecido também contém outra substância química chamada canabidiol (CBD), que bloqueia a eficácia alucinógena THC. Assim, efeitos colaterais no uso de alguma peça de roupa feita com cânhamo é uma impossibilidade.
Benefícios por Trás da Moda
O uso do cânhamo é mais antigo que o próprio algodão. Na época das grandes navegações (século XVII), sua fibra era usada para cordas e velas de barco, pois garantem um material resistente.
Entre outras vantagens do uso do cânhamo, há a possibilidade de roupas mais duráveis, além do menor estrago causado ao meio ambiente. Isso se dá ao fato do plantio de algodão ser muito frágil, exigindo o uso de produtos químicos para evitar danos causados por pragas.
O cânhamo utiliza menos água que o algodão e sobrevive em climas mais quentes. No Brasil, por exemplo, o clima é propício para nos tornar grandes produtores.
Cânhamo na Moda
Entre uma cadeia de produção ecológica e a busca por materiais sustentáveis, o cânhamo tornou- se um forte pilar no processo de transição para um modelo de produção mais sustentável e uma excelente alternativa ao algodão. A sustentabilidade é o principal para que a fibra se torne uma solução para o “futuro da moda”.
Cada vez mais, o cânhamo ganha espaço no mercado, à medida que marcas se atentem à responsabilidade com o planeta, compreendendo que a indústria da moda é onerosa ao meio ambiente.
O Papel da Moda na Questão
Uma das desvantagens do cânhamo em relação ao algodão é o tecido mais duro e menos confortável.
A princípio, não há conforto, mas há uma solução se colocado nas mãos de grandes marcas estilistas. Cânhamo e algodão podem coexistir.
O processo de algodonização amacia a fibra do cânhamo para que se aproxime visualmente e tenha um toque quase indistinguível ao algodão.
Essas iniciativas podem educar o consumidor, mostrando que é possível ter uma peça de qualidade, durável e que é responsável com o meio ambiente.
Barreiras Para a Produção
O que impede marcas de usarem a fibra para a produção de roupas, apesar de tamanhos benefícios? Embora o cânhamo não seja proibido, não é regulamentado. Falta diálogo sobre o assunto, e sua devida fiscalização.
Desde 1971, o Brasil é subscritor da Convenção de Drogas da ONU, que rege parte das políticas de controle de drogas ao redor do mundo.
Nela, o cânhamo já é reconhecido para fins industriais. No entanto, por mais que o acordo permita, não há fiscalização e, consequentemente, não se pode realizar a plantação.
A solução é a importação, que acaba ferindo um dos princípios do cânhamo: preço competitivo com as peças de algodão. Sendo a China uma das exportadoras de peças feitas a partir dele, uma camiseta acaba chegando por um preço desproporcional.
No Brasil, discute-se a criação de uma agência reguladora para a plantação, fabricação e comercialização dos derivados do cânhamo.
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